Senadora Mara Gabrilli e secretário de saúde do Estado de SP, Jean Carlo Gorinchteyn, estão entre os convidados da entidade, referência na inclusão de pessoas com deficiência há mais de 30 anos
O governo do Estado de São Paulo anunciou para o próximo dia 11 de maio o início da vacinação para pessoas com deficiência, e definiu também que só terão direito ao imunizante aqueles indivíduos que recebem o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Com a restrição, pessoas cuja deficiência as fazem depender do auxílio de cuidadores para higiene pessoal, alimentação e atividades diárias e que, por essa razão, também estão entre as mais vulneráveis à Covid-19 –além de algumas comorbidades específicas—, podem ou não ser contempladas de acordo com o critério adotado pelo governo do estado.
Para tentar buscar respostas que possam ajudar a redefinir a prioridade na vacinação dos cidadãos com deficiência, a AME convidou a senadora Mara Gabrilli, o secretário de saúde do Estado de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, e a professora titular de fisiatria da Faculdade de Medicina da USP, Linamara Rizzo Battistella, para um debate AO VIVO no próprio dia 11 de maio, das 10h às 11h15. Marco Pellegrini, pós-graduado em tecnologia assistiva e membro do Conselho da AME, será o mediador do debate, transmitido no Youtube e Facebook da entidade.
A senadora Mara Gabrilli, que é tetraplégica, contou na CPI da Covid-19 que as pessoas que ela representa “estão desesperadas” com o atraso na imunização. Ela também busca, com seus questionamentos, entender se as comorbidades não foram consideradas na hora de se estabelecer prioridades na vacinação das pessoas com deficiência.
LIVE: Vulnerabilidade e pandemia: pessoas com deficiência e a prioridade na imunização
Descrição da imagem #PraTodosVerem: Arte digital em formato retangular. Convite para uma Live. No topo, o título: “Vulnerabilidade e pandemia: pessoas com deficiência e a prioridade na imunização”. Abaixo: 11/05, 10h às 11h15. A Live será transmitida via Youtube AME e Facebook AME (@ame.trabalhoeinclusao). Ao lado esquerdo e em formato de círculo, a foto do mediador: Marco Pellegrini, homem negro, cabelo curto, usa um terno escuro, camisa branca e gravata estampada clara, sentado numa cadeira de rodas. Do lado direito, os nomes dos participantes em primeiro, no topo em formato de círculo, a foto de Mara Gabrili, senadora, mulher branca de cabelos longos, está sorrindo, abaixo a foto em formato de círculo o Dr. Jean Carlo Gorinchteyn, Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, homem branco, de cabelos castanho escuro, usa óculos sem moldura e veste um terno escuro, camisa branca e gravata azul. Logo abaixo a foto da Dra. Linamara Rizzo Battistella, professora titular da faculdade de medicina da USP, mulher branca, cabelo escuro, na altura dos ombros, está sorrindo, usa uma camisa preta e um colar de pérolas. No rodapé, centralizado temos a logomarca da AME (realizadora do evento); e a logomarca da CVI (apoiadora). Ao lado a frase Live acessível em Libras e o logo do ICOM.
O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira uma nova etapa da campanha de vacinação contra a Covid-19 no estado. A partir da próxima sexta-feira (14/05), começarão a ser imunizadas pessoas com deficiência e com comorbidades entre 50 e 54 anos. Anteontem, o governador João Doria (PSDB) já havia anunciado a vacinação para estes grupos, mas apenas para quem tem entre 55 e 59 anos (essa primeira fase tem início em 11/05 e 12/05 para indivíduos com deficiência e comorbidade, respectivamente). Só poderão receber o imunizante as pessoas com deficiências cadastradas no BPC (Benefício de Prestação Continuada), já que é preciso apresentar o comprovante de recebimento do benefício.
Para os cidadãos com comorbidades, vale a lista de doenças elaborada pelo Ministério da Saúde –que contem 22 itens, entre problemas cardíacos, diabetes, pneumonias graves, hipertensão, doença renal crônica, obesidade mórbida e HIV–, e elas têm que ser comprovadas por exames, receitas ou prescrições médicas no momento da vacinação. Entretanto, o governo paulista afirma que cadastros de tratamento existentes em UBSs (Unidade Básica de Saúde) também serão empregados para comprovar a condição.
Juntamente com outros segmentos que também começarão a ser imunizados na próxima semana, como pessoas com síndrome de Down, grávidas e puérperas com comorbidades, além dos metroviários, São Paulo finaliza a vacinação do grupo dos idosos; a última etapa teve início ontem, direcionada a quem tem entre 60 e 62 anos.
Você quer saber se vale a pena realmente contratar um intérprete de libras? Bem, o Brasil possui cerca de dez milhões de pessoas com níveis diferentes de surdez. A deficiência auditiva atinge, hoje, 46% de mulheres e 56% homens, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva. Quanto à faixa etária, um pouco mais da metade das pessoas surdas (57%), no Brasil, possui 60 anos ou mais de idade.
Dessa totalidade, a pesquisa também identificou que 9% já nasceu com algum grau de surdez e 91% adquiriu ao longo da vida. Já entre os níveis da deficiência, quase três milhões, do total, são completamente surdos, ou seja, 30% da comunidade surda no país não consegue ouvir nenhum ruído. Já este grupo, por sua vez, tem uma parcela de 15% de surdos que nasceram com deficiência auditiva surdez total.
Isso significa que cerca de 450 mil pessoas não são oralizadas e dependem única e exclusivamente da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para se comunicar. Por isso, enfrentam muito mais dificuldade e sofrem maior exclusão social, posto que a Língua de Sinais não é de conhecimento da maioria dos ouvintes. Em função disso, pessoas surdas engrossam o grupo de excluídos sociais em várias esferas, inclusive no mercado de trabalho.
Para reverter ou minimizar essa situação, como medida de promoção da inclusão e garantia dos direitos humanos à pessoa com deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão exige que as empresas com 100 ou mais funcionários formais, possuam de 2 a 5% de pessoas com deficiência em seu quadro de colaboradores.
Isso requer da empresa a adoção de uma política verdadeiramente inclusiva, transformando o espaço e a cultura da organização em uma versão que permita o pleno desempenho da pessoa surda (e outras pessoas com deficiência) em sua jornada de trabalho.
Se a sua empresa pretende contratar pessoas surdas, muitas dúvidas devem surgir: como tornar minha empresa inclusiva para estes funcionários? Devo contratar intérpretes de Libras? Que outras alternativas posso utilizar?
Se essas questões ainda pairam sobre sua cabeça, não se preocupe! Neste artigo, vamos apresentar as vantagens e desvantagens da contratação direta de um intérprete de Libras e quais alternativas já existem no mercado para suprir essa demanda, garantindo a comunicação entre surdos e ouvintes.
Panorama do mercado de intérpretes de Libras
Criada ainda no Brasil Império por meio do Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. A popularização da Língua Brasileira de Sinais não tem sido fácil. Para se ter ideia, só em 2002 ela foi reconhecida como meio de comunicação das pessoas surdas..
Além do reconhecimento e da institucionalização da Libras, outras diretrizes foram criadas para reforçar sua importância e popularização, no entanto, ela segue sendo desconhecida por boa parte da população ouvinte.
Em função da pouca difusão da Libras entre os ouvintes, surgiu a necessidade de profissionais ouvintes que dominassem a língua dos sinais para intermediar a comunicação entre surdos e ouvintes: os intérpretes de libras.
Este profissional é responsável por traduzir em Libras o que está sendo dito por um ouvinte para a pessoa surda e vice versa. É comum ver esses profissionais em propagandas institucionais, eleitorais, como em eventos corporativos e outras ocasiões. Em 2010, a profissão foi regulamentada e hoje existem cursos técnicos e de graduação a respeito. Uma conquista para a população surda, sem dúvida.
Quando devo contratar um intérprete de Libras?
Oferecer instrumentos para que a pessoa surda possa se comunicar é uma obrigação da organização, determinada em lei. Diante disso, cabe avaliar e adotar a tecnologia assistiva que mais cabe à situação.
Cabe ressaltar que estamos aqui considerando o intérprete como uma tecnologia assistiva, uma vez que o conceito refere-se não só a dispositivos técnicos como também a serviços, metodologias, estratégias e práticas. Assim, podemos incluir o intérprete como uma estratégia ou serviço ofertado à pessoa surda.
Apesar de importante para o avanço na popularização da língua de sinais, o profissional pode ter um custo alto para a empresa, ainda mais se ela possuir em seu quadro mais de uma pessoa surda que atue em setores diferentes.
Isto porque, o intérprete deverá acompanhar a pessoa surda nas atividades coletivas para que ela consiga se comunicar com os demais funcionários em todas as situações, o que impossibilita, por exemplo, que um só intérprete dê conta de acompanhar 2 ou mais surdos com eficácia.
Em função disso, recomenda-se a contratação deste profissional em eventos de maior escala com participação externa onde possam ter outras pessoas surdas presentes na plateia, por exemplo. Mas, para a rotina de uma organização, que cumpre o mínimo de 5% de pessoas surdas em sua equipe, torna-se oneroso ou insuficiente.
Central de intérpretes de Libras: como funciona?
Uma alternativa à contratação direta de intérpretes na empresa é a terceirização do serviço com a adoção de uma central de intérpretes. Uma iniciativa que não desvaloriza o papel do profissional e dá mais dinamismo ao processo de interpretação por meio de tecnologias digitais.
Uma central de intérpretes funciona, então, com a interpretação em tempo real, por meio de vídeo-chamada, para estabelecer a comunicação entre ouvintes e surdos na organização. Ideal para promover a plena inclusão de funcionários surdos na jornada profissional, dando-lhes mais autonomia e segurança para realizar seu trabalho.
A possibilidade da central mostra-se também bem versátil, uma vez que pode ser acessada por celular, computadores e tablets, permitindo assim maior mobilidade e flexibilidade do surdo pela empresa e em eventos fora da organização.
Assim, a ferramenta é ideal tanto para empresas que possuem funcionários surdos como também no atendimento de clientes surdos, em consultórios médicos, lojas de bens de consumo, entre outros.
Em resumo, vimos a importância que o intérprete de Libras tem hoje na difusão da língua e na política de inclusão social nas empresas, porém, a depender do modelo de negócio, contratar um profissional direto pode se tornar oneroso e insuficiente para a empresa. Por isso, existem soluções no mercado que dinamizam o processo de interpretação de libras, sem preterir a função fundamental do intérprete.
Pelo contrário, ela otimiza o trabalho deste profissional ao permitir que ele possa se conectar com o surdo a partir de um dispositivo móvel, o que dá também mais flexibilidade ao seu trabalho que pode ser executado do escritório da central. Uma iniciativa que beneficia o profissional, a pessoa surda e a empresa.
Gostou desse artigo? Saiba se sua empresa realmente é inclusiva, se não, o que fazer para começar a ser:
O governo de São Paulo anunciou para a próxima semana o início da vacinação contra a Covid-19 em pessoas com deficiência entre 55 e 59 anos, medida que, segundo dados do programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC), deverá contemplar cerca de 30 mil indivíduos no estado. A imunização para esse grupo começa em 11 de maio, próxima terça-feira, mesmo dia em que será iniciada a vacinação de gestantes e das mães com comorbidades acima de 18 anos que deram à luz recentemente. Já no dia seguinte, será a vez de cidadãos entre 55 e 59 anos que possuam comorbidades. Para tomar a primeira dose do imunizante contra a Covid-19, as pessoas com deficiência permanente que fazem uso do BPC devem apresentar o comprovante de recebimento do benefício.
Durante a coletiva de imprensa em que foram divulgadas as datas de vacinação desses novos grupos, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, também fez um apanhado dos dados da doença, que já matou 98.710 indivíduos no estado. Atualmente, a taxa de ocupação das UTIs no estado é de 78,3% e, na Grande SP, de 76,4%. A média diária de casos aumentou 2,5% nesta semana, passando de 12.573 para 12.887, e as internações caíram 0,2%, de 2.243 para 2.239. Já a média diária de mortes passou de 636 para 632, queda de 1,3%.
Após receber uma enxurrada de críticas por ameaçar a empregabilidade da população com deficiência, o Projeto de Lei 1.052/2020, de autoria do Senador Vanderlan Cardoso (PSD/GO), foi retirado da pauta da casa na última terça-feira (27/04). O PL visava alterar a Lei de Cotas (nº 8.213/1991) “para permitir a contratação dos pais de menores com deficiência, assim como de seus responsáveis legais, quando não houvesse, no município da prestação dos serviços, pessoas com deficiência habilitadas para a admissão nos moldes do referido dispositivo legal”. Aparentemente, a proposta havia sido apresentada por pressão da classe empresarial, sob o argumento da dificuldade em contratar profissionais com deficiência, sobretudo para funções operacionais “mais pesadas” –alegação que escancara o desconhecimento a respeito desse público, muitas vezes sem nenhum comprometimento físico.
A retirada do PL 1.052/2020 da agenda do Senado ocorreu devido à ampla e intensa pressão do segmento de pessoas com deficiência, que chamou a atenção para o fato de a medida ir claramente contra a inclusão no mercado de trabalho, além de violar a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão. “Nossos esforços valeram a pena. Foi retirado de pauta o PL 1.052/2020, que trazia sérias ameaças à Lei de Cotas para pessoas com deficiência nas empresas. Agradeço ao senador Vanderlan Cardoso, autor da proposta, por sua sensibilidade aos apelos do movimento inclusivo”, divulgou a Senadora em suas redes sociais. Mais informações aqui.