Projeto de lei propõe a reserva vagas de estágio para pessoas com deficiência
Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei 4617/20 estabelece que as empresas públicas e de economia mista reservem o mínimo de 3% de suas vagas de estágio remunerado para pessoas com deficiência. De autoria do deputado Ney Leprevost (PSD-PR), a proposta está sendo apreciada em caráter conclusivo e, para ser aprovada, precisa passar pelas comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. “A deficiência não pode ser, em nenhuma hipótese, motivo para discriminação e exclusão. Pelo contrário, espera-se da contratação de uma pessoa com deficiência o mesmo que se espera de qualquer outra, ou seja, dedicação, profissionalismo, assiduidade”, afirmou Leprevost à Agência Câmara de Notícias. Mais detalhes neste link.
Brasília ganha o primeiro parque 100% inclusivo do país
Localizado em área nobre da capital federal, o Parque Ecológico do Lago Norte está passando por uma série de adaptações para se tornar a primeira unidade do tipo 100% inclusiva do Brasil. As obras incluem a construção de rampas, deck flutuante, sinalização em braille e instalação de pisos táteis, entre outras, que serão mantidas de de forma definitiva no local. Para marcar a transformação, o parque vai promover, no período entre 5 de fevereiro e 31 de março, inúmeras atividades gratuitas para receber as pessoas com deficiência e apresentar as novidades. Estão previstas iniciativas de reabilitação e inclusão social com aulas de tiro com arco, yoga, stand up paddle, paracanoagem, tênis de mesa e horta comunitária. O projeto é fruto de uma parceria com a Unidade Nacional de Acessibilidade e deve beneficiar cerca de duas mil pessoas. O parque funciona todos os dias das 6h às 18h. Saiba mais clicando aqui.
Ônibus de Aracaju recebem adesivos para ajudar deficientes visuais
A frota de ônibus que realiza o transporte público de passageiros em Aracaju e na região metropolitana da capital sergipana acaba de ganhar os chamados “adesivos da acessibilidade visual”. O objetivo é ajudar os profissionais do setor e demais passageiros a reconhecer as limitações de cegos e pessoas com baixa visão de acordo com a cor da bengala que utilizam. Quando a bengala é branca, significa que a pessoa não enxerga. A verde, por sua vez, indica baixa visão e a branca e vermelha sinaliza que a pessoa, além de cega, também não escuta. A ideia é conscientizar a população e promover a inclusão e a acessibilidade no transporte público da cidade. Leia mais aqui.
Ministério Público de SP entra na Justiça contra fim da isenção no IPVA para pessoas com deficiência
Aprovada em 2020, no âmbito do pacote fiscal do governo paulista, a medida que limita drasticamente a isenção do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para pessoas com deficiência se tornou alvo de ação judicial promovida pelo Ministério Público de São Paulo. A nova regra, que passou a valer no primeiro dia de 2021, estabelece que a isenção só poderá ser concedida apenas a pessoas com deficiência física severa ou profunda (física, visual ou intelectual) que utilizem veículos adaptados. Pela norma anterior, pessoas com 42 tipos de deficiências estavam isentas do imposto. Na ação, o promotor Wilson Taffner, que atua na proteção dos direitos das pessoas com deficiência, pede urgência ao Judiciário para suspender a cobrança. Em nota, o governo do estado, por meio da Secretaria da Fazenda e Planejamento, afirma que a medida foi tomada para “garantir o direito a quem realmente precisa e combater fraudes”. Saiba mais nesta reportagem do G1.
Ídolo paralímpico será embaixador da Secretaria da Pessoa com Deficiência no Rio
Super medalhista da natação paralímpica, o brasileiro Clodoaldo Silva foi nomeado embaixador da Secretaria da Pessoa com Deficiência da cidade do Rio de Janeiro. Desde que se aposentou das piscinas, o Tubarão paralímpico, como é conhecido, se envolveu na luta pelos direitos das pessoas com deficiência. Com suas 14 medalhas paralímpicas (6 ouros e 6 pratas), Clodoaldo é um ídolo brasileiro do esporte e vai emprestar sua imagem para ampliar a visibilidade e o alcance das pautas sobre inclusão e acessibilidade. “Estou muito feliz pelo convite e reconhecimento. A deficiência estabelece limites, mas nunca incapacidade. Apresentei minhas ideias e propostas e fui tratado com muita dignidade e respeito”, declarou o ex-atleta à reportagem do Globoesporte.com.
Chega ao Senado projeto que prevê carrinhos adaptados em supermercados
Após ser aprovado na Câmara dos Deputados no final ano passado, foi enviado ao Senado o Projeto de Lei 485/2019, que acrescenta dispositivos de inclusão à Lei da Acessibilidade (10.098/2000). A proposta estabelece critérios para a prestação de auxílio às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e torna obrigatória a oferta de carrinhos de compras adaptados em hipermercados, supermercados e estabelecimentos similares. De autoria do deputado Capitão Wagner (PROS-CE), o projeto prevê ainda que esses comércios tenham funcionários para ajudar os clientes com mobilidade reduzida ou com deficiência durante suas compras. A matéria aguarda votação no Senado e, caso aprovada, entra em vigor 180 dias após a sua publicação no Diário Oficial. Mais detalhes neste link da Agência Senado.
A prática clínica com crianças nos desafia diariamente com diversos questionamentos sobre o desenvolvimento infantil, dada a amplitude de questões que estão em jogo quando falamos dos processos de constituição da subjetividade.
Neste artigo, faremos um recorte sobre a questão dos dispositivos tecnológicos oferecidos para as crianças na atualidade e como podemos aproximar seus usos e abusos às especificidades dos sintomas clínicos que nos apresentam.
É fato que na atualidade as crianças pequenas estão mais presentes nas clínicas psicológicas. Se por um lado, comemoramos a possibilidade dessas crianças poderem ter acesso às intervenções precoces e com isso aumentar as chances de reverter problemas do desenvolvimento, por outro falamos de um fenômeno da cultura atual, com uma explosãode epidemias diagnósticas como, por exemplo, hiperatividade e autismo. Há uma busca incessante por medicalização em detrimento do tempo necessário ao cuidado e ao desenvolvimento do bebê e da criança pequena.
Não falaremos, contudo, nem da significativa importância de intervenções precoces – que não requerem diagnósticos fechados em crianças menores de 3 anos –, nem dos prejuízos das epidemias diagnósticas para a constituição da subjetividade. Tocaremos aqui na discussão sobre como essas crianças, que estão sendo trazidas para atendimento, apresentam uma relação de excesso com as telas de tablets, celulares e afins, em detrimento dos cuidados corporais e interações estabelecidas com elas, desde o início de suas vidas.
Podemos observar o quanto as crianças pequenas são expostas cada vez mais cedo às telas. Temos hoje a presença maciça das telas na vida de bebês em momentos de acolhimento, como se fossem chupetas eletrônicas, assim como mediadoras na hora da alimentação, do diálogo e do ninar.
Suportes de celulares para serem acoplados em carrinhos de bebês já fazem parte do enxoval de um recém-nascido, assim como cadeiras balançantes que substituem o colo da mãe, sendo que as mais modernas já vêm equipadas com suportes para tablets.
O tempo de exposição às telas também vem crescendo significativamente, graças à portabilidade dos aparelhos, celulares e tablets, que podem ser carregados por todos os cômodos da casa, assim como nos trajetos e espaços de lazer.
A questão fundamental é que esses aparatos tecnológicos não estão sendo utilizados como recursos extras ou de lazer. Observamos adultos ligarem os tablets nos carros de passeio para só depois colocarem a criança na cadeirinha. Ou seja, não é que o trajeto tenha sido longo ou cansativo e a experiência tornou-se exaustiva para a criança. O acionamento da tela se dá antes mesmo de qualquer experiência com seu corpo, seu lugar no espaço e sua interação com o outro.
Recebemos ainda relatos recorrentes sobre alimentação de bebês, inclusive na amamentação, que se faz necessariamente diante de telas. Há crianças que chegam a cerrar os lábios até que a tela seja ligada e abrem a boca esperando pelo alimento a partir do início do vídeo, sem que ao menos a comida esteja por perto.
Os cuidados corporais primordiais como trocar, alimentar, banhar, ninar, acolher, assim como o contato e comunicação que vão sendo estabelecidos nesses momentos, são fundamentais para transmissões psíquicas no processo constitutivo de subjetividade, condição que está para além do advir de crianças adaptadas.
De uma forma geral, temos nos deparado com um perfil de crianças pequenas que estão bem adaptadas, mas com sintomas de difícil acolhimento pela família, tais como episódios de agitação e birras prolongadas, escapes de xixi e cocô, dificuldades alimentares etc. A promessa de técnicas infalíveis ou resultados imediatistas para enfrentar tais dificuldades favorecem a oferta em excesso desses aparatos tecnológicos. Precisamos, no entanto, refletir sobre o fato de que, utilizando as telas como substitutos de cuidados, podemos estar comprometendo a transmissão simbólica que dá lugar e sentido de existir para a criança no mundo e que favorece um desenvolvimento para além da adaptação.
Investigar a agitação de um filho muitas vezes leva tempo, um tempo de relação com essa criança no qual se constrói um saber sobre ela, diante de muitas dúvidas, mas também de muitas descobertas e satisfações.
Falando em atualidade e parafraseando um meme de facebook: “a maternidade é como pilates, se está fácil, tem algo errado”. Quando as telas, e apenas as telas, acolhem, acalmam e alimentam as crianças, quando não nos aventuramos nas dificuldades e prazeres dessa relação, podemos nos deparar com os mais diversos sintomas, ou seja, com sinais de que algo não vai bem com nossas crianças.
*Clarissa Ferreira Martins é psicóloga do Centro de Desenvolvimento Humano, unidade clínica da AME
Estado de SP realiza pesquisa sobre empregabilidade das pessoas com deficiência
A situação do emprego para as pessoas com deficiência, que já era ruim antes da pandemia, se agravou durante o período em que sofremos com a disseminação da COVID-19. Para enfrentar o problema, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD) está realizando uma pesquisa online para mapear melhor esse cenário. O objetivo é conhecer melhor as demandas das pessoas com deficiência em relação à qualificação profissional e às expectativas de emprego, além de identificar as principais dificuldades para o acesso e permanência no mercado de trabalho. Atualmente há cerca de 3 milhões de pessoas com deficiência em São Paulo e apenas 1,17% faz parte da população economicamente ativa do Estado. No terceiro trimestre do ano passado, dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam um saldo negativo de 8244 vagas na relação contratados/demitidos entre as pessoas com deficiência. A pesquisa pode ser respondida até o dia 31 de janeiro por meio deste link. O questionário também está disponível em libras, neste endereço. Saiba mais aqui.
Concursos públicos do DF terão provas em Libras
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sancionou uma lei que garante aos deficientes auditivos o direito de realizar provas de concursos públicos na Língua Brasileira de Sinais (Libras). A legislação, de autoria do deputado distrital Jorge Viana (Podemos), deve beneficiar milhares de potenciais candidatos no DF, que conta com uma população de cerca de 678 mil pessoas com deficiência, segundo dados do IBGE. Desse total, cerca de 98 mil têm algum tipo de deficiência auditiva e 25 mil se comunicam por meio da língua de sinais. Pela lei aprovada, as provas deverão ser aplicadas por profissionais habilitados em Libras de forma presencial ou por videoconferência. Para mais informações, clique aqui.
Dia mundial do Braille celebra a importância desse sistema para deficientes visuais
Em 4 de janeiro, comemoramos o Dia Mundial do Braille, sistema de escrita e leitura utilizado por deficientes visuais no mundo inteiro. Para marcar a data, a CNN Brasil fez uma reportagem contando a história do surgimento desse método e explicando como ele funciona. Com apenas 15 anos de idade, o francês Louis Braille, que perdeu a visão ainda na primeira infância, foi o criador do sistema. Ele se baseou em uma invenção militar, criada para transmitir mensagens durante à noite, para desenvolver seu método de leitura e escrita por meio do tato. Para conhecer melhor essa tecnologia que desde 1829 promove a inclusão dos deficientes visuais ao redor do mundo, clique aqui.
Muitos me perguntam como é ser professora educadora de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O caminho deste profissional é desafiador, intrigante e instigante. É um caminho de buscas contínuas e incessantes, pois a tarefa educativa talvez seja a experiência mais tocante e plena que o professor educador pode ter. Esta relação professor-aluno testa os instrumentos e aptidões profissionais, a habilidade de doação, elaboração, transformação e transgressão.
Essa experiência remodelou a minha vida e tornou o meu olhar mais atento. A vivência profissional abriu minha visão para um novo conceito de mundo a respeito do qual comecei a refletir. Meu objetivo sempre foi buscar maneiras de ajudar esses alunos a compreender melhor um mundo repleto de significados e de conexões humanas tão significativas.
Aprendi a pensar nas minhas ações a partir do instante em que comecei executá-las. Essa atitude me permitiu observar, organizar, transformar e, principalmente, reestruturar as práticas para atender a esses alunos dentro de suas especificidades e singularidades.
Sobre o TEA
O TEA é um transtorno do desenvolvimento que implica em três segmentos específicos:
Dificuldade de interação social, na empatia, reciprocidade e atenção social;
Déficits de comunicação social, inclusive, nas linguagens social e contextual;
Comportamentos repetitivos e restritos. Apresentam estereotipias, ecolalia, preferências por determinados objetos e também apresentam distúrbios de sensibilidade (audição, tato e paladar). Lembrando que a estereotipia é um sinal clínico muito comum no TEA, tornando-se até mesmo inquietante, porque esses movimentos repetitivos acabam restringindo as atividade sociais e de interação, tão importantes para eles.
O que diferencia essas pessoas no espectro autista é a intensidade dos sintomas, que são assim classificados:
Leve
Moderado
Severo
No entanto, cada caso é um mundo particular. Duas pessoas com aptidões e limitações bem diferentes, uma com traços leves e outra com dificuldades severas, fazem parte desse mesmo espectro autista, pois ambas apresentam ao menos dois traços representativos dos três segmentos específicos mencionados acima.
Cada aluno TEA é um indivíduo único assim como qualquer um de nós, mas todos, sem exceção, são capazes de aprender, desde que criemos as possibilidades para a construção do conhecimento. Se não aprendem da maneira com que os ensinamos, então temos que ensiná-los da maneira com que aprendem, usando a linguagem iconográfica, figuras e imagens como apoio aos assuntos abordados.
Eles necessitam de escolas e profissionais que sejam capazes de valorizá-los em sua essência e estimulá-los a interagir com o outro e a explorar o mundo, já que eles são “estrangeiros” em qualquer lugar que estejam. Nós assumimos um sistema e um entendimento compartilhados, repletos de sinais e definições que eles não compreendem. Somente por meio da inter-relação é que conseguimos estabelecer ligações mais positivas, motivando sua participação social e educacional.
Somos uma bússola, edificadores de vidas, referências que instruem, dirigentes de diversas gerações capazes de aguçar modificações. E ensinar é criar viabilidades para o desenvolvimento do aprendizado nesses nossos alunos que, mesmo “pensando diferente”, têm sede de conhecimento.
Para isso, no entanto, não basta ser apenas professor, aquele com formação acadêmica que o credencia ao exercício da profissão. É necessário ser desprendido de metodologias, arquétipos determinados, estereótipos e prejulgamentos. É fundamental passar da figura de professor para professor educador.
*Clunny Cambria é psicopedagoga especialista em TEA e Agente Educacional da AME
Canais famosos do YouTube ganham recursos para pessoas com deficiência
Principal plataforma de vídeos da internet, o YouTube realizou uma ação para incluir recursos de áudiodescrição, tradução em LIBRAS e legendas em alguns dos canais mais populares do Brasil. A iniciativa, realizada por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro, vai fazer com que pessoas cegas, surdas e com outras limitações possam assistir aos conteúdos. Ao todo, 19 vídeos ganharam os recursos de acessibilidade, em canais famosos como Porta dos Fundos, Me Poupe, Nunca te Pedi Nada, Manual do Mundo, Desimpedidos, Nath Finanças, Drauzio Varella e Giovanna Ewbank. Para saber mais, clique aqui.
Brasileiros criam dispositivo sonoro que ajuda cegos a contar gotas de remédios
Desenvolvido há quatro anos por dois estudantes de engenharia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o produto deve chegar ao mercado até abril de 2021. O Ping, como foi batizado, é um dispositivo que, colocado sobre um copo, emite um bip sonoro a cada gota despejada no recipiente. Segundo a Contra, startup que agora trabalha nos ajustes finais da invenção, as primeiras unidades serão doadas ao Instituto dos Cegos da Paraíba. A empresa informou ainda que está em busca de investidores para ampliar a produção e oferecer o Ping ao resto do país. Saiba mais.
Vizinhos de menino surdo aprendem língua de sinais para se comunicar com ele
Uma rua inteira da cidade de Wuustwezel, em Flanders, na Bélgica, está aprendendo o idioma Flamengo de sinais para se comunicar com o pequeno Wout, de seis anos de idade. A criança nasceu surda e passou por uma série de intervenções médicas para tratar o problema, mas a comunicação por sinais continua sendo um diferencial importante no seu desenvolvimento. Depois que seus pais se familiarizam com o idioma, outros moradores se interessaram e também passaram a frequentar as aulas, oferecidas por um instituto belga de apoio aos surdos. Além de inspiradora, a história de Wout mostra como a inclusão é papel de todos que sonham em construir um mundo sem barreiras. Conheça aqui os detalhes do caso.