Por Helen Catalano*
A profissão de tradutor-intérprete é relativamente jovem e conta com pouquíssimos espaços de formação. Na maioria das vezes, o conhecimento desses profissionais é obtido de forma empírica e os currículos não garantem a qualidade necessária para o desempenho da função com excelência. Assim, como garantir que os profissionais contratados atuem de maneira ética e satisfatória?
De acordo com Decreto 5.626 foi estabelecido o exame de proficiência em Libras – Prolibras que foi realizado anualmente com a finalidade de certificar as experiências empíricas dos profissionais da época e garantir para que as universidades começassem a organizar os cursos de formação para esses profissionais.
Então como primeira dica: Busque profissionais que possuam a certificação do Prolibras ela é uma garantia de proficiência.
Outro ponto importante é a formação desse profissional, não necessariamente ele deve possuir formação em nível superior, mas procure profissionais que tenham um histórico de formação, ou seja, um profissional que ainda esteja realizando cursos e participando de formações dentro da área tradutória.
Então como segunda dica: Analise a formação do profissional verifique se a trajetória foi concreta e constante, pois há maior chance desse profissional ser qualificado. Atualmente há desde a formação em Letras-Libras, quanto as especializações em nível lato-sensu e cursos de instituições referenciadas pelo mercado. Entre elas podemos destacar a Feneis – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos que é responsável por cursos na área.
Também é importante fazer uma verificação na trajetória de trabalho desse profissional, ou seja, quais foram seus contratantes e em que esferas atuou?
Como terceira dica: Analise o portfólio do profissional tradutor intérprete que irá prestar serviços para você ou para sua empresa.
Também vale ressaltar que o usuário fluente da língua é aquele que a utiliza, mesmo um falante nativo de Língua portuguesa ao ficar afastado do uso de sua língua por muito tempo irá ter dificuldades para falar em português quando necessário.
Assim, como última dica, verifique por meio de redes sociais o convívio desse profissional com a comunidade surda, se ele possui familiares e amigos surdos, ou seja, se a Língua de Sinais faz parte da vida dele fora do espaço de trabalho, pois a intermediação não ocorre apenas entre línguas, mas também entre culturas e para que haja a constituição de um profissional capaz de compreender a essência dessa cultura é necessária a imersão.
No entanto, é bastante compreensível que não haja tempo e nem conhecimento específico para que o RH de uma empresa faça essas buscas com tanto detalhamento. Assim, atualmente há diversas empresas que fazem essa prestação de serviços, buscando profissionais no mercado e muitas vezes até trabalhando em suas qualificações a fim de garantir aos contratantes a maior tranquilidade no que tange essas contratações esporádicas, mas tão necessárias para a efetivação da acessibilidade.
*Helen Catalano é intérprete profissional de Libras e faz parte da equipe do ICOM